Fora do Tempo

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Um ano tem em média 365 dias e 12 meses, cada mês tem 30 dias e 4 semanas, sempre em média, diz Wojtek, com um cuidado maníaco de mencionar a média. Pra que, se tudo isso é vazio, é convenção? Assim é, mas ele continua, está finalmente chegando às horas e minutos e segundos e átimos, sabe-se lá que medidas domina, eu nem escuto mais, finjo que escuto. Wojtek acha que é deus, mas deus entrou em coma semana passada. Wojtek, preciso ir. Ele absorto em medidas de tempo. Vai demorar pra retornar. Olho seu corpo, o abdômen bem definido. Um desperdício, Wojtek e sua loucura. Olha o que o tempo fez comigo. Ele não me vê, perturbadíssimo. A hora tem sessenta minutos. Diz e entra em colapso, quer entrar no tempo, que tolice! O tempo é para otários, Wojtek. Ele me olha com seus belos olhos doidos, acha que é deus e deus entrou em coma na semana passada. Mais essa, eu devia ter desconfiado, eu e minha lentidão. Prossegui meu caminho, percorri avenidas, cheguei ao meu bairro e no lugar onde nesta manhã havia minha casa está um terreno baldio de anos. O choque foi tamanho que larguei o pé do breque e o carro bateu no portão da vizinha. A mesma a quem eu emprestava a escada pra podar o jasmineiro. Estava lá a planta olorosa de amor sufocado. Porém a vizinha não me reconheceu.
O jasmineiro das noites de verão, vertiginando perfume, nos fazendo ter corpo. Sabe deus. Deus não sabe, deus está em coma, li na semana passada, respirando por aparelhos. Demorei um tempo a me recuperar. Wojtek contava os segundos. Larguei o carro onde estava a vizinha estupefata. Não faz ideia de quem eu seja, pra ela nunca lhe emprestei escada nenhuma. E o jasmineiro, inclusive, houve um há mais de 50 anos. Wojtek recomeça a contagem. Eu a conheço, dividimos um jasmineiro se espalhando entre muros. O terreno onde nesta manhã erguia-se a casa onde eu morava apresenta mato alto. A vizinha se aproxima, pergunta os olhos esbugalhados, não sei o que ela pergunta, desaprendi o sentido das palavras, não sei que língua ela fala, não se parece em nada minha língua pátria. Eu não tenho mais pátria, não tenho mais casa, não entendo mais esta língua da minha vizinha, a do jasmineiro. E as folhas podadas, e o perfume das minhas noites, Wojtek, onde tudo isso? São doze horas e quarenta e seis minutos nesta cidade que já não é a minha, perdi o tempo, ele já não é meu. Por que você o conta se ele já não nos pertence. Por isso você conta os minutos, Wojtek, talvez esteja tudo por acontecer, e aquele pesadelo recorrente, aquele em que tudo, em um átimo, me despertencia, talvez você me conte a respeito. Me queira, preciso de você ao meu lado enquanto as ruas forem se dissolvendo em fumaça. Wojtek está no banco de passageiro ao meu lado, peço que coloque o cinto de segurança. Ele se atrapalha e eu me inclino sobre seu peito pra puxar a alça e encaixar a extremidade no engate. A coisa emite um clect confortável, mas não estou confortável, temos que ir. Não nos demoremos aqui. Eu sei o caminho. Wojtek sabe contar as horas, não que isso tenha grande serventia, dado que estamos fora do tempo. Os caminhos também não servem de grande coisa, não levam a lugar nenhum. Dois mil e dezessete menos mil novecentos e sessenta e quatro. Retrocedemos no tempo, engato a quarta marcha, ganho um pouco de velocidade nesta avenida de outro tempo. Um gosto vão na boca seca. Mil novecentos e cinquenta e oito mais 55 minutos às oito horas da noite. Estaciono o carro sob a lâmpada fria. Desconheço este lugar, este meio-fio abandonado, os outros carros golpeando o asfalto. Dois mil e cinquenta menos a nossa morte, você antes, eu depois. Wojtek em pânico, deus em coma.

Esses interiores sutis do seu tempo

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De forma que havia sexo, mas era complicado, explodia em furúnculos pelas coxas. Exalava um fedor que nem a pasta de bicarbonato, limão e minâncora de tia Zina dava conta. A vó dava conta desse estado de coisas, mas se limitava a aliviar os sintomas do meu apodrecimento. Sempre prestimosa, ensinava modos de moça catinguenta, com os vestidos pendurados do avesso pra arejar o cecê. Mas se nem vestido eu tinha. Muito menos anágua e saiote, todos esses interiores sutis do seu tempo – sutiã mesmo só fui usar mais tarde, quando arranjei emprego. Era calcinha e olhe lá. Por cima, calça lee, conga e camiseta. A vó ainda arranjou uma costureira que fez um vestido acinturado em piquet branco sem mangas, de decote reto enfeitado com um debrunzinho amarelo. (Só de pensar, Luzia, tenho saudade do que nunca fui, do que nunca vivi). Eu era unissex, veja só. Não tinha postura nem modos, não tinha corpo pra vestido acinturado de piquet. Minha pesada franja ia crescendo sobre o rosto e eu demorava a cortar. Ninguém via meus olhos, ninguém me explicava nada. Eu era uma silvícola saudando o cacique branco na inauguração das obras Transamazônicas. Eu era nada ligando a lugar nenhum, minha alma entocada no Peabiru. Então, como era possível saber que o vestido de piquet era seu? Mas eu sabia sem que ninguém tivesse falado, sem ter lhe conhecido. “Sobrou um pouco de pano, e se eu fizesse um bolerinho? Assim você pode usar na missa”. Como explicar à costureira que eu não ia à missa aos domingos e mesmo se fosse, usaria US Top boca-de-sino e minha densa franja silvícola? Ela tinha costurado um vestido lindo que você usaria em 1960, caso não estivesse ocupada morrendo.  Imagine, a vó e a costureira me vestindo em 1974 como a mocinha que você poderia ter sido, indo à missa em sinuoso piquet branco. Distinta, sim. Bela você nunca seria. Bela foi minha mãe, que cedo aprendeu ser esse seu único patrimônio.Nada, nem o talento ao piano, as tantas valsas de Chopin, nem a banca rigorosa do Conservatório Dramático e Musical. Por si valia as solas furadas e o esforço para esconder os buracos com papelão – mandatório exalar distinção e posse. E se houvesse castidade e uma beleza notável, o casamento se fazia. Assim pude vingar quinze meses após sua morte, dez meses após o casamento. Assim se deram as coisas, à custa de muita luta e algum cálculo, coisa difícil pra quem nasce da alma aquosa da várzea.

Iraci

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Bartolomeu ia pela mata com uma partida de índios e oito homens contratados. Estava nessa lida, farejando ouro de aluvião, margeando um rio a leste, com a intenção de comerciar os índios em Pirapitingui, quando um dos homens chamou atenção para as pedras no leito do rio. Bartolomeu se ajoelhou à margem, aproveitando para beber água fresca e recebeu um golpe de Martim. Este dividiu o ouro entre os camaradas. Juntos, prosseguiram a viagem. E Bartolomeu ficou ali, padecendo forte odor, servindo à fome dos bichos. Como a noite estivesse próxima, acamparam em uma clareira rio acima, cerca de quatro léguas da sepultura de Bartolomeu. Quando escureceu, Martim se deitou com a índia que vinha usando. Iraci se conformava muito quieta. Não moveu uma palha quando viu a sombra no escuro por trás do ombro de Martim. No último segundo Martim sentiu anhangá por trás de si. E enquanto se dava a briga, Iraci teve oportunidade de fugir. Correu pela mata escura com a velocidade emprestada de anhangá, sem ligar de esfolar o corpo nas folhas cortantes. Iraci, nos seus 12 anos, tinha urgência de continuar vivendo. Assim fez, bebendo dos riachos, comendo a mandioca da terra e os peixes que conseguia agarrar enquanto brincava na água.

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Um dia, viu a cobra grande envindo pro lado de si. Como andasse muito sozinha, deixou. A cobra folgou com Iraci uma tarde inteira. Depois, cansada, foi-se embora, sem ânimo de trincar a menina em seu abraço de morte. Iraci também cansou. O dia terminava e ela deitou nas raízes de um jequitibá, aproveitando a maciez do musgo e das folhas em decomposição. Quando acordou com a manhã já adiantada, demorou a levantar. Mordeu um caju que havia recolhido no dia anterior e sentiu nojo. Então soube que a cobra grande tinha plantado uma semente em seu ventre e que dali viria um filho.

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Salvador

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As cidades têm alma e essa alma acolhe de acordo com vontade própria. Não é fácil ouvi-la, é preciso imaginar, mas não demais. É preciso silêncio, um que realmente transcenda os ruídos e não dependa do cessar de uma britadeira ou uma feira pública. Porque há silêncio numa micareta, num trio elétrico, aí sim é que há o silêncio a que me refiro. Um silêncio que reside além do intervalo entre sons. Um silêncio além da ausência. Salvador.

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ONÇA

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Uma irritação de bicho mouco tomava você conforme o falatório do grupo. Procurava restar quieta, entre os últimos e menos afirmativos, porque adiante estavam os piadistas de padaria. E na retaguarda, se atrasasse demais, vinha Gazela, toda submissão, numa sentinela mais irritante ainda. Até o riacho. O barulhinho d´água quase encoberto pelo vozario. Você se desocupou de ficar brava, curiosa pelo odor que empestava o ar: era onça, garantiu Urubu rei, chefe da tropa. Por certo muitos bichos bebiam ali. Mas o cheiro era de gato safado que marca território em almofada de sofá. Agradava você o fato de onça ser bicho safo, silente. Quando urrava, era com motivo: rival, caça, defesa. E não pra contar piada de padaria. Você não tinha viajado 280 km pra isso.

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Sammy e a Neve

Lido diariamente com animais. Por conta da profissão, algumas poucas palavras bastavam para pedir café ou licença. Mais recente, tive que me aprimorar porque o varredor de rua tornou-se meu interlocutor. Desde então, tenho me esforçado para entender o dialeto confuso dele, calcado em gírias antigas, empregadas na rua em décadas passadas. E isso desde o verão, numa tarde abafada depois de deixar Leroy em casa, quando Sammy me salvou de um seu parceiro determinado a me cobrar pedágio pelo six pack que ia levando pra casa. Acabei deixando uma cerva com Sammy, que agradeceu muitíssimo e me contou da sua mítica Lousiana, onde nasceu em ano esquecido, numa cidade cujo nome não entendi.

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A Manicure Russa e o Gim-Tônica

Pego a linha Q do metrô a caminho de Brighton Beach e salto antes, na avenida U, numa vizinhança cheia de letras e números. Depois me arrependo. O lugar é sem graça, transpira um vazio encardido. Quando resolvo retomar o plano original, um gim-tônica beira-mar, dou com uma fachada suja entre neons, porém dedicada à beleza. Resolvo fazer as unhas.

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Spinning: Fugindo do Monstro com Julia Matos

juliaA melhor aula de spinning que já tive era motivada por música e medo. E aqui é preciso abrir um parênteses machadiano, caro leitor, pois você não tem obrigação de saber do que estou falando. Spinning, de acordo com os bons sites do ramo, é basicamente treino cardiovascular realizado sobre bicicleta estacionária. Parênteses fechado, vamos à musica e ao medo.

Na época dessas minhas melhores aulas de spinning, a professora, sujeita espirituosa, nos fazia acreditar que, se não pedalássemos os bofes pra fora, uma criatura monstruosa nos alcançaria. E nós, acomodados nos selins das bikes da academia, pedalávamos como se disso dependesse nossas vidas.

A autora dessa ficção era uma figura pequena e assertiva. Sua trilha era baseada em som heavy metal, tudo a ver com o visual dela: roupas fitness estrategicamente rasgadas, mezzo marca, mezzo brechó. As partes visíveis do corpo tatuadas, inclusive as laterais raspadas do crânio, divididas por um moicano sedoso e descolorido.

Enquanto  eu fugia do monstro ao som de Metallica, gostava de pensar que o animal de poder da mestra era um pequeno pônei colorido e lisérgico, invocado através de uma droga vegana e 100% natural. Tipo o ar, respirado de acordo com preceitos de antigos monges tibetanos. E lá se iam calorias enquanto a mente alçava um voo à parte, alimentado pela serotonina liberada pelo exercício aeróbio.

Ultimamente senti falta de ser mais ativa e, em lugar de prometer retomar os treinos quando pudesse, resolvi fazer o que estivesse ao alcance. Promessas me deprimem, nesse quesito minha fé é pouca. Se é para o santo fazer milagre, que eu me antecipe: e lá fui eu me adaptar.

Comprei há um tempo um aparelho ótimo pelo MercadoLivre: simples, pequeno, leve. E capaz de transformar bicicletas normais em ergométricas. Um verdadeiro achado. Minha bicicleta agora está acomodada estrategicamente em frente à TV. Em lugar de heavy metal, ouço som disco dos anos 70 orquestrado pela diva Julia Matos, heroína da novela Dancing Days, reprisada todos os dias às 13h30 no canal Viva.  Bem na hora da minha pausa no trabalho. Deixo para almoçar depois das pedaladas. Assim me exercito e não como tanto, porque não dá tempo.

Não é a melhor substituição para o saudoso pequeno pônei, mas foi o que se pode arranjar. Em compensação, agora tenho monstros danados de bons. Basta pensar nas contas e dívidas: em segundos estou nas nuvens com Julia Matos. E queimando calorias com ajuda do combustível sustentável (por mim!) da serotonina.

Jardim

Helicônias:  na espécie que tenho as flores pendem.

Helicônias: a espécie aqui de casa tem flores pendentes.

Há uns seis anos fiquei com vontade de fazer um jardim. E o jardim se fez no quintal de casa, veio surgindo aos poucos, conforme as providências: murar canteiros, telar pra proteger dos cachorros, enriquecer a terra com adubo. Aprendi muito nesse movimento. Meu cotidiano cercado de limo ganhou novos significados de criação e beleza. Agradecida, ia já soprando o título: “A Importância de Ter um Jardim”, quando dei conta de que é o jardim que me tem. O que fiz foi dar um jeito de estar contida nele.

Para tanto, foi necessário conjurar o jardim no entorno, de forma a ser parte dele, o que não se faz com uma facilidade de Harry Potter. Tem que arregaçar as mangas, coisa que obriga o  urbanóide a vibrar numa frequência que não a dos sofás contemplativos. Daí, nascem bolhas nas mãos, dores nas costas, atraímos bichos estranhos e a natureza esfrega na nossa cara que coelhinhos felpudos existem no universo Disney.

Toda vez que misturo o conteúdo da composteira – a “podridão controlada” – lembro de um sonho que tive há muitos anos e que praticamente era um ritual de passagem. Um cataclisma acontecia ao som de uma voz que me situava: “Você foi feita de folhas e de flores….”.   Não lembro muito mais. No entanto, sei que se tratava de um momento de transformação, uma mudança de estado.

Por isso não tenho asco da decomposição das nossas cascas de banana – trata-se de mudança, evolução e acontece com tudo que está vivo. Sinto na ponta da pá o caldo espesso estalando vida e a possibilidade de interagir: muita secura requer água respingada, não muita. Já excesso de umidade indica falta de oxigênio e é garantia de mau cheiro. Para tanto, nada melhor que serragem. Precisa mexer com a pá e aerar. Daí aquilo tudo vira terra. Não é bem terra, é adubo. Mas tem aparência e consistência de terra – mesmo porque grande parte do meu descarte é pó de café, que se parece com terra. E vai ver, é.

As plantas se alimentam dessa matéria orgânica e de água. Ao fornecermos os dois elas entusiasmam. E como desabrocham e crescem! Quando comecei a compostagem, em dois tempos as heliconias tomaram o espaço do varal e submergiram o fundo do quintal em sombras, roubando o sol de minhas roupas e de outras plantas menores, que começaram a definhar. Enquanto isso, ramos de primavera penetraram a casa por arestas no telhado. Uma noite, olhei o alto e me senti uma bela adormecida, num castelo lacrado de espinheiros.

Primavera é fogo! Tenho um amigo que, com dó do jardineiro, mandou cortar as suas. Há duas no  jardim.  Ambas, se tiverem a chance, entram em casa. Não posso com elas – no máximo aproveito pra fazer estacas de seus ramos cortados pelo jardineiro a cada três meses. Nesse serviço, ele usa luvas até os cotovelos e eu descasco com cuidado os espinhos dos ramos antes de armazená-los.

Sim, é preciso podar. Nem demais, nem de menos. Na época certa, do jeito certo. Esse capítulo, aprendi perguntando – pro Google, pra uma senhora que cresceu na roça , pra hortelã urbana que fundou uma horta comunitária na praça. Também aprendi vendo, o que foi muito divertido, um vizinho “mãos de tesoura” podar uma primavera em formato de poodle. De tudo, descobri que a poda requer ciência e intuição. Ainda estou aprendendo, mas já uso os dois.

Se deus descansou no sétimo dia, nós mortais passamos longe disso. Essa respiração constante esta aqui no jardim.

A música e o radinho de pilha

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Tenho saudade de embalar a mulher que me tornei com um desses artefatos de outras eras, que lá vão s’imbora na curva do tempo. Colar na orelha um radinho de pilha, sintonizar a chiadeira na calada da noite, quando o que se quer mais é sumir da vida. Tive um radinho envolto em uma capa de material emborrachado rosa claro. Nele sintonizava a rádio Difusora pra ouvir Kaleidoscópio, programa de um sujeito enigmático, de fala mansa, chamado Jacques, esperando que tocasse Beatles. Às vezes tocava Beatles, mas enquanto não tocava, fui conhecendo Led Zeppelin, Uriah Heep, Deep Purple, Yes, Focus, e as outras opções que se me ofereciam depois do kaput dos Fab Four, pra meu desespero. Ouvia encolhida na cama, esperando dar meia-noite, rezando pra que abrisse com Beatles – se abrisse, eu dava minha missão por cumprida e desligava feliz. Mas quase nunca era o caso, e eu ficava ligada até as 2 da manhã, “entre os sacis e as fadas”, como desafiava Ney Matogrosso em voz cristalina, nessa mesma época. Ainda bem. O rock dos anos 70 ia ser parte da minha formação, o que eu não fazia idéia. E apesar da perda dos Beatles, coisa que queríamos acreditar relativa, feito o tempo de Einstein, haveria muita música pela frente. Eu desembarcaria de um ônibus mambembe num alto de serra e comeria pastel de banana vendido pela dona da casa – ao som de seu radinho de pilha dando as horas e enchendo o ar puro de “sucessos”. O que me faria pensar em “Sonora Garoa” na voz de Vânia Bastos. E já bem saturada de rock progressivo, querendo ver o circo pegar fogo na new wave, quis colar o ouvido no meu velho radinho de pilha pra sintonizar um sonífera ilha influenciada de túnel do tempo e jovem guarda.  Ah, o tempo é sim uma espiral embalada em ecos do que se escuta!


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